Em um futuro incerto, os homossexuais serão a maioria da humanidade. Com
essa nova conformação social, uma nova moral surgirá, e os heterossexuais
passarão a ser mal vistos, numa clara inversão dos papéis a que estamos
acostumados. A nova razão conta a história de Lúcia, uma garota “normal” envolta em inquietações,
que está insatisfeita com seu namoro com Letícia e com a ausência de um pai,
mesmo que uma de suas mães, a religiosa Erínia, faça de tudo para “parecer um
homem”. Ao se aproximar de seu patrão, o psicanalista Marcelo, ela descobrirá
as ideias de Freud, espantando-se com as conjecturas feitas por Marcelo sobre a
atual realidade social e com as revelações sobre seu inconsciente e sobre sua
própria identidade que a psicanálise fará: a linguagem oculta e perigosa de
seus sonhos, sua relação conflituosa com Erínia e muito próxima a Amanda (a
outra mãe), seus desejos secretos... E quando o sobrinho de Marcelo, o
inconsequente Eros, vem morar com o tio, expulso da casa do pai, os desejos
latentes se tornam manifestos, e mais fortes e incontroláveis do que nunca. Mas
realizar esses desejos será extremamente difícil para os dois, seja pela
pressão da sociedade adepta de uma nova razão, pela repulsa das mães de Lúcia,
que não aceitam uma filha heterossexual, pelo ciúme de Marcelo, que se apaixona
pela garota, pela perseguição da polícia, quando uma lei contra os
heterossexuais é aprovada, pela nova vida que serão obrigados a levar como
fugitivos, ou ainda por fatos desconhecidos do casal, que mostrarão que a
relação de Lúcia e Eros é muito mais complexa do que parece.
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